segunda-feira, 23 de maio de 2011

PATROCINIOS - ESSENCIAL PARA O SURF COMPETIÇÃO

Os olhares mais atentos das primeiras etapas do WT e WQS desse ano verificaram as danças das "cadeiras" ou melhor, logos nas pranchas dos surfistas.
Alguns dançaram tanto que nem logo na prancha tem mais.
Chama a atenção casos como o de CJ Hobgood, campeão mundial de 2001 e Bobby Martinez, vencedor de algumas etapas de WT e competidor bem conhecido, especialmente nos EUA.
CJ Hobgood, por pura especulação minha, talvez esteja tentando valorizar um pouco mais seu passe, até por já ter sido campeão mundial e tudo mais, visto que seu irmão, Damien, fechou com a FOX.
O velho Clifton James esta certo, caso esteja realmente fazendo isso. Mas não consigo parar de pensar que na realidade trata-se da influencia da Crise Financeira Global que estamos vivendo, o Brasil, graças a Deus, vivenciando bem menos, mas a situação de crise ainda não saiu completamente da pauta das grandes empresas.

CJ durante o Prime de Trestles 2011


Durante o Prime de Trestles ouvi uma entrevista do CJ em que ele falou que como está sem patrocínio principal, optou por divulgar uma ONG de amigos em sua prancha. Mas não entendi exatamente o trabalho que realizam, apenas que é um trabalho importante, feito com amor e tudo mais. Legal a iniciativa. Mas a falta de patrocínio deve estar fazendo falta. Esta com o co-patrocínio (existe este hífen?) da Globe, que já foi seu patrocínio principal.

Bobby Martinez, pelo que lembro, qdo entrou no WT tbém estava sem logo na prancha, após alguns bons resultados fechou com a Reef, que inclusive lançou um filme bem legal sobre o californiano e depois ele se transferiu para a  O´Neill até o fim do ano passado. Esta com co-patrocinio da marca de bebidas energéticas Monster, mas deve estar atrás de um patrô principal tbém.


B. Martinez em Trestles 2011

Falei acima que o Brasil não sofreu tanto quanto o resto do mundo a tal da crise financeira, mas isso não impede que tenhamos casos similares ao dos gringos, a diferença, e foi exatamente o que me chamou a atenção, é que isso não é tão normal assim pros gringos, ou seja, ficar sem patrô, as vezes o gringo, por mais prego que seja tem patrô, vide Gabe Kling, Shawn Sutton e afins.
Casos similares, como por exemplo, Igor Morais e Simão Romão, pra ficar só aqui no RJ.
Igor é o atual campeão carioca. Só isso já deveria ser suficiente pra ele ter um logo na prancha. Sendo sincero, não consigo ver o Igor num WT. Com todo o respeito, surfa pacas, mais que os pregos que citei acima, mas salvo uma vitória num prime ou num 6 estrelas, não conseguirá apoio para seguir o mundial e conseguir o que os pregos com patrô conseguiram, entrar no WT. Mas tem surf de sobra pra figurar entre os top nacionais.


Igor Morais no Arpex durante o WT 2011, sem logos na bóia.

Já o Simão, acho realmente uma injustiça mto grande. Sou fã do surf do Simão, é um cara que já tem várias finais no WQS no curriculo, incluindo 2 vitórias sensacionais no Arpex. Tem um surf que cresce em condições desafiadoras, qdo teve oportunidade de ir ao Hawaii voltou com altas fotos e elogios. Teve bom patrô durante anos, e sinceramente não sei o que acontece com certos prós, que são mto bons, mas são colocados na geladeira por um bom tempo, como aconteceu com o Raoni ha alguns anos. Após sair da Rip Curl, demorou uns 2 anos sem patrô até fechar com a o´neill.


Raoni arrepiando no Arpex

Como reflexo direto do patrô, Raoni devolveu em resultados a aposta do patrocinador, salvo engano foi idéia do Adrian Cojin (não sei se é assim que escreve o nome do cara) que saiu da Fluir pra ir pra o´neill e deu essa tacada certeira ano passado. Não que o Raoni estivesse surfando mal sem patrô, mas competição tem uma percentagem mto grande de cabeça na hora da bateria, e vc preocupado com contas, acomodação, sempre faltando grana, não tem a mesma disposição de competir que um cara que tá com tudo em cima, só tendo que se preocupar em detonar as ondas.
Acho que se alguém der a oportunidade pro Simão correr uns 2 anos o WQS inteiro, poderia ter uma grata surpresa.


Simão em casa

Um gringo que penou mto até conseguir um apoio foi o Bede Durbrigde (chutei, não sei se é assim que escreve, acho que vou chama-lo de Bede Silva, não existe mais Bede no mundo, existe?). Salvo engano ficou uns 2 anos entre os top 5 do WT sem um apoio principal, isso depois de ter a carreira amadora toda bancada pela Billabong. Rolou uma história de que fechou com uma marca, não lembro qual, um esquema de representação em seu país, Aus, onde receberia um salário menor, e uma participação maior dos negócios lá na sua terra. Hoje esta com a Fox, não começou o ano bem, mas é, na minha opinião o Damien Hardman de hoje em dia. Hardman pra quem não lembra, foi campeão mundial em 87 e 91, sendo vice em outras oportunidades, e se dessem mole levava mais um. Tinha um surf convencional, mas mto power, especialmente de backside, e era um competidor frio, calculista e que sabia explorar o potencial de cada onda, sendo pequeno, médio ou grande. Tinha fama de merrequeiro, mas não pra mim, quem fez final no Pipemaster de 91, passando por condições de 10/12 pés, não pode ser chamado de merrequeiro jamais. E o Bede Silva sendo o Dooma desta geração, olho nele, se derem mole, leva etapa, e pode chegar no fim do ano querendo algo mais, especialmente depois do KS pendurar as bóias.


Bede no Arpex 2011

Para finalizar, gostaria de exaltar o jeito como a Nike 6.0 esta conduzindo seus negócios no surf. É uma empresa gigantesca que resolveu ingressar no esporte. Ninguém até hoje entendeu o porque do fenômeno Jordy Smith ter preterido a empresa. Diz a lenda que até o Tiger Woods ligou pro cara, é mole?
Mas lendo as entrevistas do Alejo e de outros atletas da marca como Julian Wilson, ve-se que os caras não entraram no jogo pra perder. Estrutura é a palavra de ordem. Coisa que os atletas de ponta brasileiros só conseguiram implantar particularmente, através de agentes, como Pinga, pra Jadson e Mineiro, a Nike oferece de cara.
E isso, convenhamos, é essencial, o atleta tem que ser atleta, não tem que ser agente, não tem que se preocupar com nada que não seja seu surf, melhorar estilo, linha, ataque na onda, competição, etc.

Lembro de alguns anos atrás o atleta carioca Yuri Sodré ter sido até zoado por ter perdido o patro da Rip Curl ao pedir mto mais do que eles ofereciam. Zoaram o cara na época, mas ele tinha razão, ele não tava sendo ganancioso, ele estava querendo bancar uma estrutura, com videomaker, fisio, nutricionista e etc. Coisas que hoje vemos como essenciais para a festejada liderança do ranking do Mineiro. Cito o exemplo do excelente trabalho desenvolvido pelo ex-pro Leandro Breda, aprimoresurf , que visa dar esse suporte aos atletas. E são trabalhos como esse que nos farão comemorar, não só a liderança do circuito mundial, mas um título mundial, e esse trabalho custa, certo? Ou seja, se a marca patrocinadora não fornecer isso, esses valores tem que ingressar na hora da negociação com a marca.
E isso não é só pra nova geração não. Atletas de ponta como Joel Parkinson e Taj Burrow levam seus treinadores aonde vão.
É isso ae...escrevi demais, né? Na próxima resumo um pouco...
abç

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